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domingo, novembro 28, 2004

Entre a ditadura e a liberdade 

Sejamos claros: o que está em causa nestas eleições ucranianas não é apenas a escolha entre um candidato que veio do governo e outro que veio da oposição. A escolha decisiva é entre um futuro ligado à Rússia ou à União Europeia. A UE representa a esperança da prosperidade ocidental, dos direitos humanos, de uma democracia de verdade. A Rússia tem por oferta gás e uma ameaça velada sobre todos os que recusam um destino de miséria, desigualdades sociais chocantes e um espírito czarista que ainda persiste naquelas paragens. Tenho um grande respeito pelos povos Russo e Ucraniano, e por isso mesmo não me conformo com a fraca qualidade dos seus líderes políticos desde a queda da CCCP. Aqueles milhões de pessoas merecem muito melhor, e desejo que o seu combate cívico leve ao desenvolvimento de sociedades dignas e de estados de direito.
RM

O NÃO pode vencer 

O artigo de opinião escrito pelo economista João Ferreira do Amaral no EXPRESSO deste sábado veio confirmar que em todos os sectores da sociedade portuguesa surgem vozes lúcidas que discordam totalmente com a Constituição Europeia. Falta agora transmitir essa importante mensagem aos milhares de eleitores que não lêm artigos de opinião em jornais, e muito menos blogues. Se esse objectivo for atingido, estarão criadas todas as condições para chumbarmos a Constituição, e mostrarmos que somos um povo sensato, informado e que desejamos uma Europa a 25, e não um directório de grandes estados que tenciona destruir este projecto político que tantas décadas levou a construir. A UE merece melhor do que esta Constituição. E eu estou disposto a ir para a rua, ajudar a esclarecer os cidadãos sobre o que está em causa no referendo e porque devemos votar NÃO. Só espero que se forme um movimento civilizado e organizado fora da esfera do PC e do Bloco; terei todo o gosto em juntar-me a tal projecto, e espero que vocês também. Aceito propostas e agradeço que me informem sobre movimentos que já estejam organizados nesse sentido.
RM

sexta-feira, novembro 26, 2004

Hoje estamos todos de luto 

Abram uma garrafa de Porto e façam um brinde a um grande homem português: morreu Fernando Valle, aos 104 anos. Uma vida em cheio, dedicada à Medicina, aos pobres, à liberdade e a Portugal. São estes exemplos que nos inspiram a sonhar e a lutar por um país melhor. Eu vou sentir a sua falta. RM

sexta-feira, novembro 19, 2004

Eu percebo a pergunta, e por isso vou votar NÃO 

A pergunta do referendo sobre a Constituição Europeia é considerada pele maioria dos portugueses (ou seja, o "povo", uma designação que sempre detestei pelas suas conotações negativas) como confusa e até mesmo incompreensível. É o tipo de pergunta que se faz quando a intenção é desinteressar a maioria das pessoas pelo assunto em causa ("Eu não percebo nada daquela cena, em vez de votar vou mas é passar o fim-de-semana no Algarve!"), por forma a garantir que uma minoria "esclarecida" e "preocupada com o futuro da Europa" vote pelo SIM em número superior à minoria "anti-europeia", "extremista" e "ultra-nacionalista", que tenciona votar NÃO.
Só que neste referendo muitos dos que vão votar no não são europeístas convictos, pessoas sensatas e bons democratas. São pessoas que estudaram com alguma seriedade o projecto constitucional e compreendem que os Portugueses e tantos outros povos da UE têm muito a perder com esta Constituição.
Por um lado, o poder dos países maiores e mais ricos sairá reforçado: a Alemanha, a França, a Itália e mais um ou dois países poderão bloquear todas as decisões impulsionadas pelos restantes vinte países mais pequenos. Portugal, mesmo associado a vários países da sua dimensão, não terá qualquer poder de bloqueio. É a isto que os políticos Franceses e Alemães designam de "simplificação da tomada de decisões pela UE".
O reforço dos poderes do Parlamento Europeu também me preocupa. É uma instituição com legitimidade democrática, embora as pessoas votem nas eleições europeias sobretudo com a ideia de castigar os governos nacionais, como se viu este ano. Mas o Parlamento Europeu é também uma instituição dominada pelo políticamente correcto, e por um infeliz espírito "do contra", o que levará a que no futuro próximo se torne numa arrogante força de bloqueio, responsável pela estagnação do desenvolvimento da UE.
Quanto aos "direitos fundamentais", levarão a que todos os grupos de interesse que sejam contrariados a nível nacional apelem para os tribunais europeus, onde mais uma vez o espírito do "politicamente correcto" tenderá a favorecer esses mesmos interesses, em detrimento das decisões pragmáticas dos líderes políticos nacionais, líderes esses que tendem a rarear. Suponho que serão substituídos no futuro por chefes como Alberto João Jardim e Valentim Loureiro, que conseguem de forma hábil conciliar os grupos de interesses locais com a massa de eleitores. Imaginem isto não a nível de conselho ou região autónoma, mas a nível de um país inteiro. Eu consigo imaginar.
Sou europeísta, preocupo-me com o futuro da UE e considero-me um democrata. E por isso mesmo vou votar NÃO no referendo, pois temo que a nova Constituição destrua o sonho Europeu, terminando uma era de paz e prospeidade como nunca antes tivemos neste admirável continente.
RM

sábado, novembro 06, 2004

Pomar 

Nem tudo está mal nesta terra bendita. Por exemplo, ainda há artistas geniais que nos conseguem surpreender com obras deliciosas. Fui ver a exposição do pintor Pomar no CCB ("A Comédia Humana") e salvo certos quadros e as horrendas montagens feitas com madeira, adorei.
Os desenhos, só com tinta preta e num fundo branco, revelam-nos um traço que muitos procuram obter durante toda uma vida, mas que só um punhado de artistas logra obter. As minhas obras favoritas foram os quadros de Santo António, de Ulisses, das crianças índias na Amazónia e os desenhos ternurentos dos elefantes, da girafa e do corvo. Faz bem esta lufada de beleza. Enriquece as nossas vidas e os nossos espíritos!
RM

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