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quarta-feira, outubro 11, 2006

Lar, doce lar 

Regressei a Portugal em definitivo, após uma excelente experiência de trabalho no Reino Unido que durou sete meses. Viver e trabalhar no estrangeiro foi bastante importante para mim. A independência total torna-nos fortes e determinados; ganhamos a capacidade de resolver problemas sem ajuda (ou aprendendendo a conseguir a colaboração de estranhos) e melhoramos as nossas aptidões para a comunicação e a socialização.
Fiz bons amigos por lá, embora tenha de reconhecer que a maioria deles são portugueses. Quase todos são trabalhadores como eu o que nos classifica talvez mais como emigrantes e menos como estrangeirados. E isso não tem nada de mal, pois os emigrantes portugueses são os melhores do mundo na sua capacidade de se adaptarem à língua e aos costumes locais. Nunca esquecerei os almoços e jantares de convívio em que se comeu o cozido, as sardinhas assadas (levadas no avião desde Portugal!) e outros petiscos. As conversas duravam horas, as saudades de casa tornavam-se mais intensas e o nosso país assumia uma importância muito superior àquela que lhe damos por cá. Também se jogava à bola (a maior parte dos portugueses eram jovens recém-licenciados) e nos serões havia música e cantigas em que todos participavam.
Houve bastantes momentos felizes mas também muita solidão nos monótonos dias de semana, em que a rotina (acordar-trabalhar-regressar às 17:30-banho-fazer jantar-comer-relaxar 30 min-deitar) pouco se alterava.
Guardo boas memórias desse país rico e industrializado, com um povo patriota e trabalhador, orgulhoso das suas diferenças em relação "aos do Continente", onde muitos costumes antigos ainda são mantidos. A região do Yorkshire tem vastos espaços naturais, prósperas quintas e as pessoas do campo são bastante tradicionalistas.
Tenciono regressar lá assim que for possível. Para conviver de novo com os meus queridos amigos e lhes poder dizer que não há outro sol como o de Portugal.
RM

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