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segunda-feira, março 10, 2008

Interiores burgueses 

Faço agora uma viagem no tempo até Outubro de 2007, quando parti para Estrasburgo. A viagem excedeu as minhas expectativas. Durante três semanas maravilhosas, fui o filho adoptivo de uma civilização superior.
Fui recebido com toda a hospitalidade por uma família de acolhimento. O ambiente confortável da casa, o elevado nível de educação das pessoas que me rodeavam e a partilha constante de histórias e experiências de vida durante os serões, deram-me uma sensação de felicidade como já não sentia há muito.
Como neste mundo não há almoços grátis, pude constatar que todos tinham ali chegado com sacrifícios e determinação. O meu estágio intenso na cidade, que me obrigava a sair cedo de casa e a chegar tarde, contribuiu para me sentir bem integrado nesse ambiente de pessoas activas e responsáveis.
A solidez dos valores familiares ali presentes era espantosa. Mesmo entre nós, os inquilinos, reparei que tínhamos como eixo central da existência as nossas queridas famílias. Contávamos as tradições de cada casa, conhecíamos novas realidades, enfim, éramos um grupo fraterno de seres humanos.
A aprendizagem técnica durante os dias de estágio foi muito importante. À medida que o final se aproximava, senti a necessidade vital de regressar. Foi com enorme alegria que recebi, na última semana, dois convites: um da parte da família, que pôs a casa à minha disposição; o outro da parte dos meus colegas que me proporcionaram uma excelente formação e me aconselharam a voltar a França para um internato de um ano. O carinho demonstrado por todos comoveu-me. Há muito tempo que não me sentia tão bem.
RM

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