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terça-feira, setembro 30, 2014

Morreu o comandante Alpoim Calvão (1937-2014) 

Para mim, Alpoim Calvão encarnava os valores militares e culturais de um Ocidente Antigo, o Ocidente que venceu em Salamina, Diu e Lepanto; o Ocidente dos quadros de Botticelli e da Ópera (que ele adorava ao ponto de ter pertencido ao coro de S. Carlos).

No século XVI, teria tido todas as condições para se imortalizar nas espectaculares operações anfíbias no Oriente. Em vez disso, calhou-lhe em sorte viver num tempo em que Portugal, por culpa do seu regime arcaico, não soube acompanhar os ventos da História.
A independência das colónias devia ter sido concedida pacificamente em 1960. Em vez disso, o regime obrigou as forças armadas a combater numa guerra impossível de vencer, uma guerra que só podia terminar de forma trágica, como efectivamente sucedeu em 1975.

O comandante Saturnino Monteiro afirmou um dia que perante o conflito iminente, os militares portugueses só tinham duas opções: ou derrubavam Salazar ou combatiam com competência e determinação. Botelho Moniz fracassou na primeira opção. Alpoim Calvão escolheu a segunda.
É sobre essa escolha que vou escrever em breve.
RM


segunda-feira, setembro 22, 2014

As luzes da sala estão desligadas 

Lá fora chove.
Deito-me no sofá e ouço a água a bater nas vidraças. Deixo-me embalar suavemente por este momento precioso.
Lembro-me do primeiro ano de vida do blogue. Após aqueles primeiros onze meses cheios de novidades, entusiasmo e interacções, depressa percebi que não era possível continuar sozinho um passatempo que só funcionava bem em equipa.
Mas o blogue não morreu e de tempos a tempos lá surgia mais um post.
Enquanto ouço a água, penso que não custa nada escrever um post por mês. Em nome dos bons velhos tempos do blogue e em nome de uma amizade que cada vez é mais sólida.
RM

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