segunda-feira, setembro 29, 2003
2006 (II): Politicamente, Baptista-Bastos nunca me inspirou particular simpatia. A única coisa dele que gosto é a paródia que o Herman dele fazia nos "Monólogos Secretos" da "Herman Enciclopédia" à sua personagem pitoresca e ao seu esconso programa de entrevistas na SIC, as "Conversas Secretas".
Mesmo assim, penso que vale a pena ler esta crónica que Baptista-Bastos escreve hoje no DN sobre as Presidênciais de 2006. Com o talento de escrita que - reconheço - tem, desmonta implacavelmente uma possível candidatura de Guterres, usando também alguns argumentos que - facto curioso - já aqui usámos; lançando ainda na passada uma possível candidatura de Vasco Vieira de Almeida. Sobre este último senhor falaremos mais tarde. JR
Mesmo assim, penso que vale a pena ler esta crónica que Baptista-Bastos escreve hoje no DN sobre as Presidênciais de 2006. Com o talento de escrita que - reconheço - tem, desmonta implacavelmente uma possível candidatura de Guterres, usando também alguns argumentos que - facto curioso - já aqui usámos; lançando ainda na passada uma possível candidatura de Vasco Vieira de Almeida. Sobre este último senhor falaremos mais tarde. JR
quarta-feira, setembro 24, 2003
ÍDOLOS: Simpatizo com o “Ídolos”. Poucas semanas depois de estrear, a resposta da SIC à “Operação Triunfo” da RTP, tarda no entanto em conseguir cair no goto das audiências lusitanas. Segundo a opinião geral o júri “humilha os concorrentes”, “achincalha-os”, em suma, “não tem coração”.
Mas será mesmo assim? Que faz este júri de tão cruel? Após ter visto alguns compactos percebi tudo. Afinal, Luís Jardim, Ramon Galarza, Moura Santos e Sofia Morais, quando face a face com os concorrentes não dão mais do que respostas análogas àquelas que qualquer pessoa se sujeita a ouvir numa entrevista de emprego ou numa resposta por carta após a mesma: “Tens boa voz mas não tens o perfil necessário”, “não conseguiste cantar no tom” ou mesmo “a opinião do júri é soberana, se não está satisfeito volte noutro dia”. Tudo dito olhos nos olhos, sem paninhos quentes, entre adultos. Da mesma forma como, quando os concorrentes têm qualidade se diz “sim senhor, gostei” ou “por mim, segues em frente” ou mesmo “tens muito potencial”. Uns monstros, não haja dúvida.
Mas porquê esta indignação com este programa a maneira como o júri trata os concorrentes? Suspeito que a razão reside no facto de a “Operação Triunfo”, com o sucesso que teve, ter sido aquilo que era. Era um programa no qual a directora da “academia” (olá, Maria João!) e a anfitriã da emissão semanal, Catarina Furtado, confortavam, orientavam e mimavam os concorrentes, quer as coisas lhes corressem bem ou mal. Havia beijinhos e abraços, magia no ar, muito sentimento. Ilusão. Aquilo que o “entertainment” em televisão deve ser.
E aqui chegamos ao ponto fundamental. A razão pela qual tenho simpatia pelo “Ídolos” é justamente a mesma pela qual nunca será adorado: reflecte a vida real, tal com não a queremos ver; com pessoas a serem julgadas e seleccionadas em função do seu mérito e em relação a um perfil a corresponder. É duro e rigoroso, por vezes até cruel, sem dúvida. Mas é assim lá fora. Seja no mundo empresarial ou académico, apenas para citar alguns. Um mundo que todos aquelas centenas de meninos e meninas que aparecem nos “castings” se recusam a admitir que existe. Estes são também os meninos e meninas que seduzidos pela promessa fácil de estrelato e por horas sem fim de “Big Brother” e afins, inundam os cursos de Comunicação e Jornalismo, deixando os cursos técnicos das nossas Universidades (Matemática, Ensino de Matemática, Física ou Engenharias) à míngua.
O programa pode não ter um futuro brilhante, mas tem pelo menos o mérito de nos dar um pouco de sanidade e realismo em horário nobre. Obrigado “Ídolos”, por nos mostrarem como é a vida real. JR
Mas será mesmo assim? Que faz este júri de tão cruel? Após ter visto alguns compactos percebi tudo. Afinal, Luís Jardim, Ramon Galarza, Moura Santos e Sofia Morais, quando face a face com os concorrentes não dão mais do que respostas análogas àquelas que qualquer pessoa se sujeita a ouvir numa entrevista de emprego ou numa resposta por carta após a mesma: “Tens boa voz mas não tens o perfil necessário”, “não conseguiste cantar no tom” ou mesmo “a opinião do júri é soberana, se não está satisfeito volte noutro dia”. Tudo dito olhos nos olhos, sem paninhos quentes, entre adultos. Da mesma forma como, quando os concorrentes têm qualidade se diz “sim senhor, gostei” ou “por mim, segues em frente” ou mesmo “tens muito potencial”. Uns monstros, não haja dúvida.
Mas porquê esta indignação com este programa a maneira como o júri trata os concorrentes? Suspeito que a razão reside no facto de a “Operação Triunfo”, com o sucesso que teve, ter sido aquilo que era. Era um programa no qual a directora da “academia” (olá, Maria João!) e a anfitriã da emissão semanal, Catarina Furtado, confortavam, orientavam e mimavam os concorrentes, quer as coisas lhes corressem bem ou mal. Havia beijinhos e abraços, magia no ar, muito sentimento. Ilusão. Aquilo que o “entertainment” em televisão deve ser.
E aqui chegamos ao ponto fundamental. A razão pela qual tenho simpatia pelo “Ídolos” é justamente a mesma pela qual nunca será adorado: reflecte a vida real, tal com não a queremos ver; com pessoas a serem julgadas e seleccionadas em função do seu mérito e em relação a um perfil a corresponder. É duro e rigoroso, por vezes até cruel, sem dúvida. Mas é assim lá fora. Seja no mundo empresarial ou académico, apenas para citar alguns. Um mundo que todos aquelas centenas de meninos e meninas que aparecem nos “castings” se recusam a admitir que existe. Estes são também os meninos e meninas que seduzidos pela promessa fácil de estrelato e por horas sem fim de “Big Brother” e afins, inundam os cursos de Comunicação e Jornalismo, deixando os cursos técnicos das nossas Universidades (Matemática, Ensino de Matemática, Física ou Engenharias) à míngua.
O programa pode não ter um futuro brilhante, mas tem pelo menos o mérito de nos dar um pouco de sanidade e realismo em horário nobre. Obrigado “Ídolos”, por nos mostrarem como é a vida real. JR
SAUDADES DE OUTROS TEMPOS? : Recomendo-vos a leitura deste artigo de Helena Matos, no Público. Uma perspectiva diferente e muito perspicaz sobre porque razão o PS, e sobretudo uma certa esquerda perdeu - talvez de vez - a cabeça (sobretudo com o caso Casa Pia). Ou porque razão tenho vindo a achar que ultimamente as vozes mais situacionistas e saudosistas em Portugal vêm quase todas desses lados. JR
terça-feira, setembro 23, 2003
MARK FIORE: A partir de hoje os Meninos de Ouro têm mais um link disponível. Trata-se do site do cartoonista político Mark Fiore, de São Francisco. Os seus hilariantes e impiedosos cartoons há muito que se tornaram presença habitual em versões on-line de jornais como o SF Gate ou o Seattle Weekly. Independentemente das tendências políticas de cada um – e Fiore é claramente de esquerda, ficam avisados – é riso garantido! JR
sábado, setembro 20, 2003
SOMETHING NEW: Da Califórnia (mais exactamente de San Diego), chega-nos o blog Alma de Pássaro, da minha amiga Ana Paula Oliveira que, tal como eu também é uma novata na blogosfera. Pelo que já lá está publicado, prevejo um blog com as suas (sempre inteligentes) meditações sobre a vida e o dia-a-dia e também com pequenos apontamentos sob curiosidades da vida Norte-Americana e Portuguesa. A frase no cabeçalho explica porque razão me tenho lembrado dela de cada vez que ouço esta música:
ENDED UP A STRANGER (The Walkabouts)
cacophonous and slippery
4:35 in the mornin'
and I'm drivin'
these streets
tryin' to capture every sound
my microphone
hangs out, the back seat window
and what I don't succeed
in capturin'
turns weightless and indifferent
Lord, I've become a stranger.... in my old haunts
blips and bleeps
and siren squalls
this town it just gets richer
and it's teeth get clenched
and I am just a statue
of a long lost fearless age
our maladies
our strategies
this microphone
my wanderin's aside
Lord, I've become a stranger.... in my old haunts
hello desire'
and what your spooky name
implies
in you, I found my silk
and swagger,
the calm before the prize
and though I,
once was warned
you'd be the grave in which I'd lie
with you, I was no stranger.... in my old haunts
someday I'll hit the turnpike
speed past a truck stop
burnin'
it'll streak my rearview mirror
it'll fade, a lonely flicker
and I'll listen to these tapes I've made
my symphony of phantoms
Lord, I've ended up a stranger, in my old haunts
I've become a stranger.... in my old haunts
Bem-vinda, Paula! JR
ENDED UP A STRANGER (The Walkabouts)
cacophonous and slippery
4:35 in the mornin'
and I'm drivin'
these streets
tryin' to capture every sound
my microphone
hangs out, the back seat window
and what I don't succeed
in capturin'
turns weightless and indifferent
Lord, I've become a stranger.... in my old haunts
blips and bleeps
and siren squalls
this town it just gets richer
and it's teeth get clenched
and I am just a statue
of a long lost fearless age
our maladies
our strategies
this microphone
my wanderin's aside
Lord, I've become a stranger.... in my old haunts
hello desire'
and what your spooky name
implies
in you, I found my silk
and swagger,
the calm before the prize
and though I,
once was warned
you'd be the grave in which I'd lie
with you, I was no stranger.... in my old haunts
someday I'll hit the turnpike
speed past a truck stop
burnin'
it'll streak my rearview mirror
it'll fade, a lonely flicker
and I'll listen to these tapes I've made
my symphony of phantoms
Lord, I've ended up a stranger, in my old haunts
I've become a stranger.... in my old haunts
Bem-vinda, Paula! JR
sexta-feira, setembro 19, 2003
A DERROCADA DO ANTIGO REGIME:
"Mas não esquecia a Inglaterra: - e tornava-lha mais apetecível essa Lisboa miguelista que ele via, desordenada como uma Tunes barbaresca; essa rude conjuração apostólica de frades e boleeiros, atroando tabernas e capelas; essa plebe beata, suja e feroz, rolando do lausperene para o curro, e ansiando tumultuosamente pelo príncipe que lhe encarnava tão bem os vícios e as paixões..."
Eça de Queiroz, in Os Maias, capítulo I
D. Pedro IV, o rei-soldado que venceu a Guerra Civil (Jul. 1832 - Mai. 1834) que opôs os liberais por ele comandados aos absolutistas liderados pelo seu irmão D. Miguel I, é uma figura histórica que sempre me desagradou.
Em 1822, renegou Portugal, coroando-se Imperador do Brasil. Em 1831, renegou o Brasil, pois agora o que lhe apetecia era ser Rei de Portugal. E pelo meio, renegou a própria esposa, que morreu indignada em 1826, farta do adultério praticado por D. Pedro com a marquesa de Santos.
Este aventureiro romântico teria sido certamente esmagado pelos absolutistas, se não fosse a combinação de dois factores cruciais - o exército liberal (7500 homens) teve comandantes geniais (Duque da Terceira, Marechal Saldanha); e o exército absolutista (80000 homens mais as milícias populares) foi tão mal comandado que para a história ficou apenas o nome do General Azevedo Lemos, que assinou a rendição de Evoramonte, em Maio de 1834.
Quando em Julho de 1832 as tropas liberais desembarcaram junto do Mindelo, tinham pela frente os 13000 homens do Visconde de Santa Marta. Este, esquecendo os feitos guerreiros dos seus ilustres antepassados decidiu fugir do Porto, onde os liberais entraram facilmente.
A solução encontrada por D. Miguel foi dar o comando ao Visconde do Peso da Régua. Este comandou, a 29 de Setembro um ataque
"decisivo" ao Porto que se saldou por 4000 baixas e nenhums resultados. Por fim, em Julho de 1833, D.Miguel nomeou para o comando do cerco o marechal Francês Bourmont, cuja corte de 100 oficiais apenas veio tornar mais caótica a liderança das tropas.
Antes, em Julho de 1833, o duque da Terceira comandou 2500 homens num ataque de diversão ao Algarve, enquanto o almirante Napier esmagava ao largo do cabo de São Vicente a Armada absolutista. O Duque da Terceira dirigiu-se para Setúbal. O miguelista Visconde de Molelos fugiu para Beja e só tarde de mais enviou homens para Setúbal, onde o Duque os derrotou. O General Teles Jordão enfrentou Terceira em Almada; comprimidos entre o rio e os liberais, Jordão e os seus homens foram literalmente massacrados. E então, deu-se o episódio mais grotesco de toda a guerra: o Duque do Cadaval, comandante do exército miguelista em Lisboa, organizou uma grande parada militar... que se dirigiu para Norte sem ter sequer entrado em combate! Os Liberais entraram em Lisboa a 24 de Julho e nesse dia ficou decidido quem iria ganhar a a guerra.
A 11 de Outubro de 1833 terminou o cerco à cidade Invicta. As batalhas de Pernes, Almoster e Asseiceira apenas vieram confirmar a superioridade das armas liberais. A guerra terminou a 26 de Maio de 1834, com a convenção de Evoramonte, assinada por Saldanha, Terceira e Lemos.
Ao partir para o exílio, D.Miguel deve ter meditado um pouco sobre a sua derrota. Talvez tenha culpado os seus generais; não teve do seu lado nenhum desses grandes nobres que serviriam de exemplo para as gerações futuras: D.Afonso de Albuquerque, D. João de Castro, D. Sancho Manuel (Ameixial, 1663), o Marquês de Marialva (Montes Claros, 1665) e o Marquês de Minas (Guerra da Sucessão de Espanha)...
Os generais de D.Miguel eram os homens que tinham fugido vergonhosamente para o Brasil vinte anos antes, acompanhando o cobarde D. João VI. Os que ficaram em Portugal foram bons oficiais... sob as ordens das botas Britânicas. Porquê esta decadência? O João sugeriu-me uma teoria curiosa: a de que a Grande Nobreza de Portugal teria sido quase toda exterminada em Alcácer-Quibir. Os que sobreviveram deram início a séculos de casamentos consaguineos para evitar a contaminação com "sangue judeu"...
Na guerra civil de 1832-1834, o absolutismo não teve nenhum D. Nun'Álvares Pereira na Grande Nobreza, nem nenhum Padre António Vieira no Grande Clero. De facto, um regime baseado unicamente nas élites estará condenado à derrocada no preciso instante em que essas élites desaparecerem. Finalmente, D. Miguel não esteve à altura de comandar as suas gigantescas forças - foi talvez o maior exército que jamais pisou solo Português.
Quanto a D.Pedro, após a vitória foram esquecidos todos os anteriores desentendimentos com a sua pátria-mãe. Isto porque apesar dos infelizes ajustes de contas e da destruição de muito património arquitectónico, o triunfo liberal trouxe uma melhor distribuição dos impostos e da propriedade.
O que mais devemos a D.Pedro foi a liberdade de expressão: Garrett, Herculano, Camilo, Antero e Eça não nos poderiam ter legado as suas magníficas obras caso vivessem sob o domínio do senhor D.Miguel I. E - caso académico - ainda hoje Portugal fosse uma monarquia absolutista, eu próprio estaria a colocar a minha pele em risco pelo simples facto de escrever estas humildes linhas de História que tanto prazer me dão. RM
Agradeço que enviem as vossas opiniões e esclarecimentos sobre a Guerra Civil de 1832-1834 para osmeninosdeouro@portugalmail.pt
"Mas não esquecia a Inglaterra: - e tornava-lha mais apetecível essa Lisboa miguelista que ele via, desordenada como uma Tunes barbaresca; essa rude conjuração apostólica de frades e boleeiros, atroando tabernas e capelas; essa plebe beata, suja e feroz, rolando do lausperene para o curro, e ansiando tumultuosamente pelo príncipe que lhe encarnava tão bem os vícios e as paixões..."
Eça de Queiroz, in Os Maias, capítulo I
D. Pedro IV, o rei-soldado que venceu a Guerra Civil (Jul. 1832 - Mai. 1834) que opôs os liberais por ele comandados aos absolutistas liderados pelo seu irmão D. Miguel I, é uma figura histórica que sempre me desagradou.
Em 1822, renegou Portugal, coroando-se Imperador do Brasil. Em 1831, renegou o Brasil, pois agora o que lhe apetecia era ser Rei de Portugal. E pelo meio, renegou a própria esposa, que morreu indignada em 1826, farta do adultério praticado por D. Pedro com a marquesa de Santos.
Este aventureiro romântico teria sido certamente esmagado pelos absolutistas, se não fosse a combinação de dois factores cruciais - o exército liberal (7500 homens) teve comandantes geniais (Duque da Terceira, Marechal Saldanha); e o exército absolutista (80000 homens mais as milícias populares) foi tão mal comandado que para a história ficou apenas o nome do General Azevedo Lemos, que assinou a rendição de Evoramonte, em Maio de 1834.
Quando em Julho de 1832 as tropas liberais desembarcaram junto do Mindelo, tinham pela frente os 13000 homens do Visconde de Santa Marta. Este, esquecendo os feitos guerreiros dos seus ilustres antepassados decidiu fugir do Porto, onde os liberais entraram facilmente.
A solução encontrada por D. Miguel foi dar o comando ao Visconde do Peso da Régua. Este comandou, a 29 de Setembro um ataque
"decisivo" ao Porto que se saldou por 4000 baixas e nenhums resultados. Por fim, em Julho de 1833, D.Miguel nomeou para o comando do cerco o marechal Francês Bourmont, cuja corte de 100 oficiais apenas veio tornar mais caótica a liderança das tropas.
Antes, em Julho de 1833, o duque da Terceira comandou 2500 homens num ataque de diversão ao Algarve, enquanto o almirante Napier esmagava ao largo do cabo de São Vicente a Armada absolutista. O Duque da Terceira dirigiu-se para Setúbal. O miguelista Visconde de Molelos fugiu para Beja e só tarde de mais enviou homens para Setúbal, onde o Duque os derrotou. O General Teles Jordão enfrentou Terceira em Almada; comprimidos entre o rio e os liberais, Jordão e os seus homens foram literalmente massacrados. E então, deu-se o episódio mais grotesco de toda a guerra: o Duque do Cadaval, comandante do exército miguelista em Lisboa, organizou uma grande parada militar... que se dirigiu para Norte sem ter sequer entrado em combate! Os Liberais entraram em Lisboa a 24 de Julho e nesse dia ficou decidido quem iria ganhar a a guerra.
A 11 de Outubro de 1833 terminou o cerco à cidade Invicta. As batalhas de Pernes, Almoster e Asseiceira apenas vieram confirmar a superioridade das armas liberais. A guerra terminou a 26 de Maio de 1834, com a convenção de Evoramonte, assinada por Saldanha, Terceira e Lemos.
Ao partir para o exílio, D.Miguel deve ter meditado um pouco sobre a sua derrota. Talvez tenha culpado os seus generais; não teve do seu lado nenhum desses grandes nobres que serviriam de exemplo para as gerações futuras: D.Afonso de Albuquerque, D. João de Castro, D. Sancho Manuel (Ameixial, 1663), o Marquês de Marialva (Montes Claros, 1665) e o Marquês de Minas (Guerra da Sucessão de Espanha)...
Os generais de D.Miguel eram os homens que tinham fugido vergonhosamente para o Brasil vinte anos antes, acompanhando o cobarde D. João VI. Os que ficaram em Portugal foram bons oficiais... sob as ordens das botas Britânicas. Porquê esta decadência? O João sugeriu-me uma teoria curiosa: a de que a Grande Nobreza de Portugal teria sido quase toda exterminada em Alcácer-Quibir. Os que sobreviveram deram início a séculos de casamentos consaguineos para evitar a contaminação com "sangue judeu"...
Na guerra civil de 1832-1834, o absolutismo não teve nenhum D. Nun'Álvares Pereira na Grande Nobreza, nem nenhum Padre António Vieira no Grande Clero. De facto, um regime baseado unicamente nas élites estará condenado à derrocada no preciso instante em que essas élites desaparecerem. Finalmente, D. Miguel não esteve à altura de comandar as suas gigantescas forças - foi talvez o maior exército que jamais pisou solo Português.
Quanto a D.Pedro, após a vitória foram esquecidos todos os anteriores desentendimentos com a sua pátria-mãe. Isto porque apesar dos infelizes ajustes de contas e da destruição de muito património arquitectónico, o triunfo liberal trouxe uma melhor distribuição dos impostos e da propriedade.
O que mais devemos a D.Pedro foi a liberdade de expressão: Garrett, Herculano, Camilo, Antero e Eça não nos poderiam ter legado as suas magníficas obras caso vivessem sob o domínio do senhor D.Miguel I. E - caso académico - ainda hoje Portugal fosse uma monarquia absolutista, eu próprio estaria a colocar a minha pele em risco pelo simples facto de escrever estas humildes linhas de História que tanto prazer me dão. RM
Agradeço que enviem as vossas opiniões e esclarecimentos sobre a Guerra Civil de 1832-1834 para osmeninosdeouro@portugalmail.pt
quinta-feira, setembro 18, 2003
2006: É hoje consensual que pela primeira vez desde 1976, a direita tem uma oportunidade soberana de eleger um Presidente da República, fechando assim o ciclo de domínio da esquerda na relojoaria institucional do país. A eleição de um Presidente que reúna o apoio do centro e da direita em 2006 irá sem dúvida alguma iniciar um novo ciclo na história da 3ª República, de maior maturidade institucional e de equilíbrio ideológico. Convém não desperdiçar esta oportunidade, algo que dadas as actuais circunstâncias seria imperdoável, dado que a esquerda não tem nenhum candidato (e por “candidatos” entendo Guterres e Mário Soares) com credibilidade e solidez para colocar na linha de partida. Senão vejamos:
Guterres ainda está – como estará por muito tempo – chamuscado pela sua fuga do Governo. Em Dezembro de 2001, aproveitando o ensejo dado pela inesperada e bíblica derrota nas Autárquicas (em números absolutos e pela perda de todas as áreas urbanas relevantes de Portugal), aproveitou airosamente o pretexto e fugiu, dando assim razão a todos aqueles que há muito diziam que estaria “farto” e desgastado, sem chama nem vontade para continuar. Um certo PS de base – e passamos ao segundo argumento – ainda não lhe perdoou o facto de ter abandonado o poder, forçando-o abandonar os milhares de cargos e tachos com os quais comprara o seu apoio, o apoio do PS profundo, o da Constituinte, o da Maçonaria, o de Coimbra, enfim, o de esquerda. E mesmo que perdoe, é conhecida a desconfiança visceral que este PS sempre teve por ele. Por fim, Guterres tem contra si a classe média urbana, aquela que nas Autárquicas – em Lisboa, Porto, Faro, Sintra, Coimbra, Leiria ou Gaia – e mais tarde nas Legislativas votou esmagadora e/ou inesperadamente contra o PS e contra si, ou seja, contra quem já estava a empurrar o País para aquilo que já pressentia ser a estagnação da Economia e um tempo de aperto e vacas magras.
Passando a Soares, o caso é menos linear. Este, ao contrário de Guterres, não passou por uma travessia do deserto após a sua saída do poder. Sempre o vimos por aí. Passeando os netinhos, entrevistando figuras internacionais, pontificando em conferências e palestras sobre mil e um males do Mundo, Soares manteve e aumentou o prestígio com que tinha saído de Belém. Mesmo se considerarmos o falhanço da sua candidatura a Presidente do Parlamento Europeu (ganhando apesar de tudo uma importante tribuna como deputado), Soares tem muito mais solidez, prestígio e allure do que o engenheiro.
Mas ficamo-nos por aí. É bom mentalizarmo-nos do seguinte facto: Soares é o único candidato de esquerda que fará o pleno da esquerda. Para isso tem passado e prestígio. Pressinto que num cenário de bipolarização, comunistas e bloquistas não terão problemas em apoiá-lo, o que não aconteceria com Guterres. Aliás, como recordou Francisco Louçã em recente entrevista à Visão, “Parece óbvio que os candidatos serão Guterres e Santana Lopes. Nesse caso, avançaremos com uma candidatura nossa”. Para bom entendedor… E é precisamente aqui que bate o ponto. Nesse mesmo cenário de bipolarização, quer contra Cavaco, quer contra Santana, Soares sairia derrotado, como várias sondagens o têm atestado. E isto porquê? Porque essas eleições seriam disputadas taco-a-taco ao centro. O voto flutuante do "centrão", leia-se, das classes médias urbanas mais exigentes, penderia naturalmente para um candidato mais jovem e com obra feita (quer no governo de Portugal quer na câmara de Lisboa). Soares que se cuide.
Seria bom, por isso, que a direita começasse a pensar seriamente no candidato a apresentar. Paulatinamente, Soares já se conseguiu tornar no líder de facto da esquerda portuguesa, com novas simpatias em meios como o sindicalismo, os “renovadores” comunistas ou mesmo no Bloco de Esquerda. Por outro lado, Guterres finalmente emerge do seu beatífico recolhimento, como se apena tivesse chegado a Portugal neste ano da graça de 2003, como se nada tivesse a ver com a açorda em que os seus governos nos meteram. O pior de tudo é que o povão, como sempre, pode muito bem comprar a ideia. A memória dos homens é muito curta. JR
Guterres ainda está – como estará por muito tempo – chamuscado pela sua fuga do Governo. Em Dezembro de 2001, aproveitando o ensejo dado pela inesperada e bíblica derrota nas Autárquicas (em números absolutos e pela perda de todas as áreas urbanas relevantes de Portugal), aproveitou airosamente o pretexto e fugiu, dando assim razão a todos aqueles que há muito diziam que estaria “farto” e desgastado, sem chama nem vontade para continuar. Um certo PS de base – e passamos ao segundo argumento – ainda não lhe perdoou o facto de ter abandonado o poder, forçando-o abandonar os milhares de cargos e tachos com os quais comprara o seu apoio, o apoio do PS profundo, o da Constituinte, o da Maçonaria, o de Coimbra, enfim, o de esquerda. E mesmo que perdoe, é conhecida a desconfiança visceral que este PS sempre teve por ele. Por fim, Guterres tem contra si a classe média urbana, aquela que nas Autárquicas – em Lisboa, Porto, Faro, Sintra, Coimbra, Leiria ou Gaia – e mais tarde nas Legislativas votou esmagadora e/ou inesperadamente contra o PS e contra si, ou seja, contra quem já estava a empurrar o País para aquilo que já pressentia ser a estagnação da Economia e um tempo de aperto e vacas magras.
Passando a Soares, o caso é menos linear. Este, ao contrário de Guterres, não passou por uma travessia do deserto após a sua saída do poder. Sempre o vimos por aí. Passeando os netinhos, entrevistando figuras internacionais, pontificando em conferências e palestras sobre mil e um males do Mundo, Soares manteve e aumentou o prestígio com que tinha saído de Belém. Mesmo se considerarmos o falhanço da sua candidatura a Presidente do Parlamento Europeu (ganhando apesar de tudo uma importante tribuna como deputado), Soares tem muito mais solidez, prestígio e allure do que o engenheiro.
Mas ficamo-nos por aí. É bom mentalizarmo-nos do seguinte facto: Soares é o único candidato de esquerda que fará o pleno da esquerda. Para isso tem passado e prestígio. Pressinto que num cenário de bipolarização, comunistas e bloquistas não terão problemas em apoiá-lo, o que não aconteceria com Guterres. Aliás, como recordou Francisco Louçã em recente entrevista à Visão, “Parece óbvio que os candidatos serão Guterres e Santana Lopes. Nesse caso, avançaremos com uma candidatura nossa”. Para bom entendedor… E é precisamente aqui que bate o ponto. Nesse mesmo cenário de bipolarização, quer contra Cavaco, quer contra Santana, Soares sairia derrotado, como várias sondagens o têm atestado. E isto porquê? Porque essas eleições seriam disputadas taco-a-taco ao centro. O voto flutuante do "centrão", leia-se, das classes médias urbanas mais exigentes, penderia naturalmente para um candidato mais jovem e com obra feita (quer no governo de Portugal quer na câmara de Lisboa). Soares que se cuide.
Seria bom, por isso, que a direita começasse a pensar seriamente no candidato a apresentar. Paulatinamente, Soares já se conseguiu tornar no líder de facto da esquerda portuguesa, com novas simpatias em meios como o sindicalismo, os “renovadores” comunistas ou mesmo no Bloco de Esquerda. Por outro lado, Guterres finalmente emerge do seu beatífico recolhimento, como se apena tivesse chegado a Portugal neste ano da graça de 2003, como se nada tivesse a ver com a açorda em que os seus governos nos meteram. O pior de tudo é que o povão, como sempre, pode muito bem comprar a ideia. A memória dos homens é muito curta. JR
EU... É QUE SOU O PERSIDENTE... Começamos hoje a publicar uma série de posts sobre as presidênciais de 2006, um tema que achamos interessante e para o qual queremos modestamente contribuir com a nossa opinião, dado que há muito a temos sobre este tema. Hoje começamos com um post aqui do je sobre porque razão a vitória nestas eleições é fundamental para a direita e porque razão estão reunidas condições únicas para que isso aconteça. Dentro de alguns dias, continuaremos com posts, quer meus quer do Ricardo, que esclarecem qual o candidato que apoiamos. Suspeito talvez que o Ricardo não tem neste ponto uma opinião totalmente coincidente com a minha, mas enfim, é esperar para ver. JR
segunda-feira, setembro 15, 2003
HERMAN. ATÉ QUANDO? À hora em que este post for publicado, já o primeiro programa da nova série do Herman SIC terá ido para o ar. Não o terei visto. Aliás, já há muito que me estou completamente nas tintas para aquele programa merdoso, que nos mostra que afinal não é possível em Portugal um "Programa do Jô", nem um "Tonight Show With Jay Leno" nem qualquer programa de entretenimento em horário nobre com humor urbano e entrevistas inteligentes. Apenas temos direito a este carrocel chunga de pimbas, cromos do "Big Brother" (onde chega o desespero da SIC…) e do nosso jet-seis bem como de aberrações como Linda Reis e Alexandrino. Até a sua má-criação e cabotinismo com os convidados – especialmente os internacionais – já se tornou moeda corrente.
Mas enfim, não me crucifiquem. Falando desapaixonadamente, penso que sou insuspeito para o fustigar. Como muitos meninos e meninas da minha geração (e, em sentido lato, todos aqueles nascidos dos anos 70 para a frente), “estes” Meninos aprenderam a rir com Herman. Falando por mim, consigo lembrar-me de quando tinha 3 anos e via o "Tal Canal" (como mais tarde as "Hermanias") no colo da minha mãe no sofá da sala, ou do nonsense anti-poder do "Humor de Perdição", ou do "Casino Royal" e a sua inesquecível galeria de bonecos. Ou como assistia religiosamente à "Roda da Sorte", esse memorável display de agit-prop e humor de performance (os electrodomésticos despedaçados a tiro de caçadeira, os desenhos dele, o Cândido Mota, aquela audiência trepidante, a Ruth Rita…). Julgo que descontando os “especiais” de fim-de-ano – todos eles excelentes - a “Herman Encicplopédia” terá sido o último programa dele a sério, dando-nos mesmo o seu último grande character, o Diácono Remédios (por muita graça que possa achar ao Nelo e à Idália…).
Convém por isso pôr as coisas em perspectiva: que país, que povo seria o nosso se Herman não existisse? Teríamos aprendido a rir com o Camilo de Oliveira, com os Parodiantes de Lisboa ou até (“the horror”) com os “Malucos do Riso”? A ele devemos gratidão por ter feito o 25 de Abril chegar ao humor, tal como a SIC o fez chegar à televisão ou a TSF à rádio.
Durante os anos de monopólio da RTP, o humor de Herman era verdadeiramente transversal, fazendo rir a esquerda e a direita, a Avenida de Roma e Trás-os-Montes. Depois do aparecimento das privadas e da diversificação da oferta em função dos vários públicos, Herman tem escolhido o caminho mais fácil, quer bajulando ministros na RTP (“Herman 98”), quer fazendo humor para os pimbas e suburbanos, na SIC (“Herman SIC”). Em suma, acomodou-se.
Mas há esperança. Nós, os que aprendemos a rir com Herman, já vemos na Maria Rueff um tesouro e temos todas as saudades do mundo do “Programa da Maria”. No emergente stand-up comedy vão surgindo talentos de primeiro quilate como Pedro Tochas. É preciso acreditar que o próprio Herman encontrará de novo o caminho da luz. No fim de contas, amizade é também acreditar até ao fim na redenção de quem se ama. E ele não o sabe, mas é um dos meus melhores amigos. JR
Mas enfim, não me crucifiquem. Falando desapaixonadamente, penso que sou insuspeito para o fustigar. Como muitos meninos e meninas da minha geração (e, em sentido lato, todos aqueles nascidos dos anos 70 para a frente), “estes” Meninos aprenderam a rir com Herman. Falando por mim, consigo lembrar-me de quando tinha 3 anos e via o "Tal Canal" (como mais tarde as "Hermanias") no colo da minha mãe no sofá da sala, ou do nonsense anti-poder do "Humor de Perdição", ou do "Casino Royal" e a sua inesquecível galeria de bonecos. Ou como assistia religiosamente à "Roda da Sorte", esse memorável display de agit-prop e humor de performance (os electrodomésticos despedaçados a tiro de caçadeira, os desenhos dele, o Cândido Mota, aquela audiência trepidante, a Ruth Rita…). Julgo que descontando os “especiais” de fim-de-ano – todos eles excelentes - a “Herman Encicplopédia” terá sido o último programa dele a sério, dando-nos mesmo o seu último grande character, o Diácono Remédios (por muita graça que possa achar ao Nelo e à Idália…).
Convém por isso pôr as coisas em perspectiva: que país, que povo seria o nosso se Herman não existisse? Teríamos aprendido a rir com o Camilo de Oliveira, com os Parodiantes de Lisboa ou até (“the horror”) com os “Malucos do Riso”? A ele devemos gratidão por ter feito o 25 de Abril chegar ao humor, tal como a SIC o fez chegar à televisão ou a TSF à rádio.
Durante os anos de monopólio da RTP, o humor de Herman era verdadeiramente transversal, fazendo rir a esquerda e a direita, a Avenida de Roma e Trás-os-Montes. Depois do aparecimento das privadas e da diversificação da oferta em função dos vários públicos, Herman tem escolhido o caminho mais fácil, quer bajulando ministros na RTP (“Herman 98”), quer fazendo humor para os pimbas e suburbanos, na SIC (“Herman SIC”). Em suma, acomodou-se.
Mas há esperança. Nós, os que aprendemos a rir com Herman, já vemos na Maria Rueff um tesouro e temos todas as saudades do mundo do “Programa da Maria”. No emergente stand-up comedy vão surgindo talentos de primeiro quilate como Pedro Tochas. É preciso acreditar que o próprio Herman encontrará de novo o caminho da luz. No fim de contas, amizade é também acreditar até ao fim na redenção de quem se ama. E ele não o sabe, mas é um dos meus melhores amigos. JR
sábado, setembro 13, 2003
INTRÓITO: Começam hoje as hostilidades para os Meninos de Ouro, um blog criado e mantido por João Ricardo e Ricardo Manuel, para que finalmente possamos levar um pouco mais além o nosso amor pelos livros, pela História, pelas ideias, pelas polémicas e, acima de tudo, pela Liberdade e por Portugal.
O nome deste blog provém do romance homónimo de Agustina Bessa-Luís, datado de 1982. As semelhanças com o mesmo ficam-se, para já, pelo nome.
Como pessoas informadas que procuramos ser, temos opinião sobre várias matérias. Sobre algumas é sólida. Sobre outras nem tanto. Sobre todas é sincera. Trata-se, acima de tudo, de um blog de opinião, pois entendemos que é essa a verdadeira missão da blogosfera: ser um espaço de debate e opinião, dada a sua abertura e facilidade de utilização. Acreditamos que com o surgimento e expansão deste meio se abre um novo capítulo no debate entre os portugueses que se preocupam com o futuro de Portugal. Estamos desejosos de ser uma parte, ainda que muito pequena, dessa história.
Este blog é interactivo. Serão muito bem-vindas todas as mensagens dos nossos leitores, pois sem eles este blog não terá significado. Enviem-nas para osmeninosdeouro@portugalmail.pt. Prometemos ler e responder a todas e, eventualmente, afixar e comentá-las. Aquelas que porventura não cumprirem os limites mínimos de educação e urbanidade voltarão para onde vieram: o lixo.
Acima está uma lista de sites e/ou blogs de que gostamos. Sejam de esquerda, direita, umbiguistas ou de serviço público (ou as quatro coisas em proporções variáveis), são sites que visitamos regularmente e cuja visita recomendamos.
Um aviso: não tentem ver este blog como uma janela aberta para a vida privada de cada um dos autores. Embora haja vários nos quais os seus autores não têm pejo em revelá-la (uma opção perfeitamente legítima), essa não será a nossa política. Não tentem ler nas entrelinhas. Estarão a perder o vosso tempo.
Tentaremos ser o mais regulares e assíduos que nos for possível na manutenção deste blog. As nossas contribuições não serão necessariamente diárias, mas serão inevitavelmente sinceras. Estamos ansiosos por começar a nossa caminhada pela blogosfera, mas o primeiro passo, o mais difícil, já está dado. Que comecem os jogos! JR/RM
O nome deste blog provém do romance homónimo de Agustina Bessa-Luís, datado de 1982. As semelhanças com o mesmo ficam-se, para já, pelo nome.
Como pessoas informadas que procuramos ser, temos opinião sobre várias matérias. Sobre algumas é sólida. Sobre outras nem tanto. Sobre todas é sincera. Trata-se, acima de tudo, de um blog de opinião, pois entendemos que é essa a verdadeira missão da blogosfera: ser um espaço de debate e opinião, dada a sua abertura e facilidade de utilização. Acreditamos que com o surgimento e expansão deste meio se abre um novo capítulo no debate entre os portugueses que se preocupam com o futuro de Portugal. Estamos desejosos de ser uma parte, ainda que muito pequena, dessa história.
Este blog é interactivo. Serão muito bem-vindas todas as mensagens dos nossos leitores, pois sem eles este blog não terá significado. Enviem-nas para osmeninosdeouro@portugalmail.pt. Prometemos ler e responder a todas e, eventualmente, afixar e comentá-las. Aquelas que porventura não cumprirem os limites mínimos de educação e urbanidade voltarão para onde vieram: o lixo.
Acima está uma lista de sites e/ou blogs de que gostamos. Sejam de esquerda, direita, umbiguistas ou de serviço público (ou as quatro coisas em proporções variáveis), são sites que visitamos regularmente e cuja visita recomendamos.
Um aviso: não tentem ver este blog como uma janela aberta para a vida privada de cada um dos autores. Embora haja vários nos quais os seus autores não têm pejo em revelá-la (uma opção perfeitamente legítima), essa não será a nossa política. Não tentem ler nas entrelinhas. Estarão a perder o vosso tempo.
Tentaremos ser o mais regulares e assíduos que nos for possível na manutenção deste blog. As nossas contribuições não serão necessariamente diárias, mas serão inevitavelmente sinceras. Estamos ansiosos por começar a nossa caminhada pela blogosfera, mas o primeiro passo, o mais difícil, já está dado. Que comecem os jogos! JR/RM